quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

O papel higiênico e a questão ambiental

Em recente matéria do dia 25 de fevereiro o jornal New York Times abordou a relação entre hábitos de consumo e os problemas ambientais que enfrentamos. O texto inicia de modo jocoso levantando o problema do impacto que o uso do papel higiênico teria no ambiente. A questão mereceu atenção em razão das críticas que os ambientalistas estariam fazendo, alegando que o papel higiênico mais macio e branco, por não poder ser produzido a partir de material reciclável, teria um custo ambiental maior do que o "modelo", digamos, mais simples e áspero.

O tema foi discutido no jornal em um fórum em que participaram quatro profissionais de diferentes áreas. Em comum os comentaristas tenderam a colocar a questão do papel higiênico em perspectiva. Lembrando que existiriam maneiras mais eficientes de reduzir o impacto causado pelos nossos hábitos de consumo sem a necessidade de abrir mão do papel mais macio.

Dimunuir o consumo de carne bovina

A socióloga Juliet Schor atacou a questão do consumo de carne bovina lembrando que os rebanhos são responsáveis pela produção de 18% dos gases causadores do efeito estufa. Além disso, a produção de carne demanda uma quantidade enorme de grãos – na forma de ração. Dessa forma para ser produzir uma determinada quantia de calorias na forma de alimentos, a carne demanda 10 vezes a quantidade de cereais que produzem a mesma quantidade de calorias. Comparando com a produção de vegetais ou mesmo o arroz, a carne demanda 16 vezes mais energia e produz 25 vezes mais CO2. Uma pessoa que deixasse de comer carne bovina aos 12 anos de idade e se tornasse vegan (vegetariano que também come ovos) deixaria de descarregar ao longo da vida aproximadamente 100 toneladas de CO2 na atmosfera.

Taxar a poluição

Já o jornalista Jacob Sullum editor da revista Reason afirmou ter reações ambivalente diante de tentativas de alterar o padrão de comportamento individual por razões ambientais. De um lado ele se sente feliz por notar que os defensores das mudanças optaram por estratégias de convencimento e não ações violentas. Contudo, ele se diz cético quanto a difusão dos novos hábitos de consumo, bem como em relação a alegada eficiência de medidas "verdes", como é o caso da reciclagem de material. Segundo o jornalista seria necessária uma análise cuidadosa para se avaliar o custo ambiental total para se concluir pela viabilidade da reciclagem de determinado material. Além disso, ele defende um sistema de taxação da poluição, que entende, seria mais eficaz. A empresa que poluisse mais pagaria mais impostos. Quem reduzisse significativamente a emissão de gases estufa receberia incentivos fiscais. Ele conclui dizendo que usar papel higiênico reciclado mais áspero pode não ser assim tão relevante para a redução de CO2, muito embora possa aplacar algumas consciências preocupadas com o ambiente ao mesmo tempo em que produz uma certa abrasão na "derriere".

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