sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

As culturas do consumo


Vale à pena dar atenção à série “As culturas do consumo” que vai ao ar no canal a cabo Management TV (canal 54 Sky - 5ª. feiras às 15h00, 6ª. Feiras às 21h00 e sábados às 16h30).

Cada episódio mostra peculiaridades do comportamento de consumo de alguma cidade ou país do nosso globo num formato aproximado ao do documentário jornalístico. O que torna os programas interessantes é que as informações apresentadas são costuradas com depoimentos de especialistas em consumo, varejo, marketing e publicidade que tem uma percepção bastante apurada daquela sociedade porque pertencem a ela, fazem parte dessas culturas, conhecem profundamente hábitos e padrões de comportamento do grupo em questão.

Um bom exemplo deste “olhar de dentro” pôde ser visto num episódio sobre o consumo no Japão (exibido em 10/01/2008) que foi posicionado como o país que mais consome grifes e produtos de luxo. Não é notícia de primeira mão o fetiche que os objetos de luxo exercem sobre os japoneses, tanto que muitas jovens prostituem-se para conseguir ostentar grifes e objetos de luxo.

Para tentar explicar essa verdadeira obsessão pelo consumo de luxo, uma das especialistas entrevistadas, de origem japonesa e residente no país, arriscou algumas hipóteses interessantes:
  • Somente com o fim da 2ª. Guerra Mundial o mercado japonês abriu-se para o mundo. Os consumidores passaram a se interessar avidamente pelo novo, pelo que vem do ocidente.
  • Existiria entre os japoneses um sentimento de que produtos ocidentais seriam melhores do que o que os feitos no próprio país. Persiste a idéia de que o que vem de fora é superior, especialmente quando se trata de itens de moda, vestuário;
  • Em razão dos preços muito elevados dos imóveis, os japoneses tenderiam a ter pouco acesso a esse tipo de bem, por isso investiriam menos na compra de bens duráveis como eletrodomésticos e mobiliários. De modo compensatório, consumiriam mais objetos de luxo para uso pessoal como roupas e acessórios;
  • Jovens que moram com os pais gastariam cerca de 70% de seus salários para adquirir objetos de grifes famosas. Muitos são colecionadores de marcas e vangloriam-se de possuir “todas” as roupas e acessórios de grifes como Dolce & Gabana, Chanel ou Hermés.
O episódio mostrou ainda a agência (Beacon Communication), especializada em construção de marcas. Para desenvolver suas estratégias de comunicação monta na própria agência ambientes onde donas de casa, adolescentes e outros públicos podem testar produtos e serviços à vontade. Segundo eles, uma maneira de aprofundar a compreensão sobre comportamentos de consumo que tem dado certo.

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